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Beleza não é futilidade — é identidade

A beleza é muito mais do que estética. Ainda que seja importante, esse aspecto não é suficiente para explicar a complexidade da questão. Isso porque beleza também é identidade, saúde emocional e, no Brasil, também é importante aliada econômica e social.

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A indústria da beleza na América Latina tem um alcance gigantesco. São 390 milhões de consumidores potenciais e 214 milhões já alcançados, considerando indivíduos conectados à internet em toda a região, exceto o Caribe. Os números ajudam a dimensionar o tamanho e a penetração do setor, que cresce puxado por categorias como cuidados com a pele, fragrâncias e cabelo. Mais do que mercado, trata-se de comportamento, da construção da autoestima e da forma como as pessoas se apresentam ao mundo.

Em outra camada argumentativa, o setor é oficialmente considerado essencial desde um decreto de 2020. Em um país onde saúde mental é um desafio, o simples ato de cuidar da aparência pode fazer diferença real na autoestima e no bem-estar. Dados da Opinion Box mostram que 48% das pessoas associam a própria aparência à felicidade.

E essa relação remonta a diversos períodos históricos, ainda que os padrões de beleza tenham mudado. Hoje, aos poucos, a inclusão, pluralidade e representatividade passam a ter destaque também, na ideia de que diferentes tipos de corpos podem ser vistos como bonitos. Por isso, quando uma pessoa encontra na maquiagem ou no cuidado com o cabelo uma forma de se reconhecer no espelho, ela está, no fundo, reafirmando quem é. E em um país como o Brasil, onde a diversidade é a regra e não a exceção, reconhecer o valor da beleza é reconhecer o valor das próprias pessoas.

Esse argumento fica evidente ao se analisar que desde os tempos antigos, a beleza representa uma forma de comunicação, linguagem visual, e sobretudo identidade cultural e política de um indivíduo ou um povo. Em diferentes épocas e lugares, ela serviu como símbolo de resistência, poder e pertencimento. O cabelo afro, por exemplo, é uma forma de afirmação racial, a maquiagem como escudo emocional, o batom vermelho como ferramenta de protesto. Cada escolha estética pode carregar uma mensagem.

Exemplo disso é o compromisso da L’Oréal com o “Movimento do Cabelo Natural”. Em uma indústria historicamente moldada por padrões excludentes, a empresa assumiu a responsabilidade de impulsionar mudanças reais, como ao integrar o Texture Education Collective nos EUA. A iniciativa busca incluir todos os tipos e texturas de cabelo nos currículos oficiais de formação em cosmetologia, ampliando o reconhecimento e o cuidado com cabelos cacheados, crespos e ondulados.
No caso do Brasil, essa conversa é reforçada e ganha contornos ainda mais profundos. Apesar de sermos um país majoritariamente negro, mestiço ou indígena, por muito tempo os padrões de beleza excluíam a maioria da população. Mas a indústria tem avançado, não só ao diversificar seus produtos, mas ao devolver às pessoas o direito de se reconhecerem no espelho.

E é por isso que iniciativas como as do Grupo L’Oréal, que capacitam mulheres, valorizam a diversidade de texturas e pele e promovem inclusão real, ganham força. Quando alguém cuida da aparência, muitas vezes está se reencontrando com a própria história e suas raízes, quase sempre plurais no país.

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